sexta-feira, 22 de dezembro de 2017

Não é que o pinhão esteja caro, mas...

O pior aconteceu. Ontem, enquanto comia a sétima fatia de bolo-rei ao lanche, o meu lábio superior embateu desajeitadamente num pinhão, acabando por projectá-lo na direcção do chão. Observei-o a cair, em câmera lenta, enquanto na minha mente ia ecoando um profundo “Nãããããããoooo!!!”
Antes que tivesse tempo de me debruçar para o apanhar, já dezenas de pessoas se digladiavam por ele, transformando aquilo que eu apenas desejava que fosse um lanche tranquilo, numa batalha campal sem precedentes. Sangue, fracturas expostas, dentes partidos, hematomas: em menos de um minuto já havia de tudo, por parte de gente que apenas desejava um futuro melhor para si e para os seus.
O pinhão, esse, nunca mais o vi. O que vi foi, de repente, hipotecadas todas as minhas esperanças num resto de vida desafogado.
E se fosse contigo?

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